ADJUNTO DE CONCEIçãO ARRASA VíTOR BRUNO: 'É UMA GRANDE TRAIçãO'

A hipótese de Vítor Bruno vir a assumir o comando técnico do FC Porto, substituindo Sérgio Conceição, continua a dar que falar. Desta vez foi Diamantino Figueiredo a deitar mais achas à fogueira da polémica.

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Em entrevista ao diário desportivo O Jogo, o treinador de guarda-redes começou por desmentir que os restantes adjuntos se tinham sentido traídos pelo facto de o treinador ter renovado a dois dias das eleições, ao contrário do que aconteceu com a restante equipa técnica.

"Não termos assinado não tem nada a ver com o Sérgio, mas com a administração anterior. É tudo completamente mentira e estão a fazer das coisas um pouco que não são. Aliás, o próprio presidente, quando assinou com o Sérgio, foi ao nosso departamento, onde estávamos todos os adjuntos, eu, o Vítor, Dembelé, o Eduardo, o Vedran, e disse que nós íamos assinar na segunda ou terça-feira seguinte. Claramente, que não tem nada a ver com o Sérgio. Estou há 13 anos com ele e é capaz de tirar do dele para nos dar. Inclusive, quando viemos para o FC Porto, veio ganhar menos da metade do que ganhava em Nantes e fez questão que os adjuntos viessem ganhar o mesmo. É puramente mentira aquilo que se está a tentar passar. Ainda para mais, o Sérgio tendo contrato, como tinha, fazia questão - como e sempre fez - que nós continuássemos", afirmou.

Diamantino Figueiredo procurou explicar então o motivo pelo qual os adjuntos não renovaram contrato.

"Não assinámos porque, entretanto, deu-se eleições e Pinto da Costa perdeu. O próprio Sérgio disse ao presidente para ir falar com os adjuntos e explicar. E foi exatamente isso que aconteceu porque o Sérgio não gostou que nós não tivéssemos assinado. O próprio presidente [Pinto da Costa] disse isso à nossa frente, o Sérgio fazia questão disso. 'Agora a outra administração vem e assina convosco, o que é natural'. E o Sérgio fez questão até que o presidente explicasse tudo isso. Acho uma maldade muito grande por coisas que cá para fora, que não não respondem à verdade. E estou a falar como adjunto que não assinei contrato", referiu.

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"O Sérgio disse que contava connosco e nós igual. Isso está fora de questão. Estão a querer pôr naquilo que é o Sérgio… Estão a querer pôr coisas que não têm nada a ver. O Sérgio assina e manda os adjuntos dar uma volta, não é isso. Isso é impensável, quer da pessoa, quer do profissional", acrescentou.

O treinador de guarda-redes não esconde a sua surpresa pela posição de Vítor Bruno.

"Está ele e estou eu [surpreendido]. Ainda por cima sabendo que o chefe dele tinha assinado um contrato, vai fazer um acordo com o clube? Primeiro faz um acordo com o clube e só depois é que transmite ao Sérgio que quer seguir sozinho. Estou indignado e já ando no futebol há 50 anos", disse.

Diamantino Figueiredo revelou que Vítor Bruno nada disse aos restantes adjuntos.

"Só falou com o Sérgio. Não sei se falou com mais algum colega, comigo não falou. Se não falou na altura é porque também não tinha interesse que eu soubesse", atirou.

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Diamantino Figueiredo fez questão de esclarecer que não censura a ambição de Vítor Bruno em ser treinador principal, mas condena a forma como as coisas foram feitas.

"Sim, claro, o problema é a forma como o processo foi conduzido. O Sérgio tem contrato com o FC Porto e não resolveu nada, porque a decisão do Sérgio poderia ser 'vamos continuar'. E ele já tinha feito um acordo para ser principal? Eu, estando uma estrutura, numa equipa técnica, sendo adjunto ia falar com o meu chefe, neste caso com o Sérgio: 'olha, desculpa, mas eles vieram falar comigo para, no caso de saíres, assumir o lugar aqui'. E até pedia opinião. Aí seria uma coisa completamente diferente. Seguia o caminho dele sozinho, mas as coisas ficavam limpas. Ele disse na cara do Sérgio que ia para o Catar. Depois vem-se a saber, pelo próprio presidente Villas-Boas que o único que tem é o Vítor Bruno. É a pura verdade sobre o que se passou. Não queiram pôr o Sérgio como o mau da fita. O Sérgio abdicava tudo, não precisa de dinheiro. Não precisa disto é pela paixão e pelo amor que tem ao clube. Agora volta tudo à estaca zero, quero ver como vão descalçar esta bota. E este acordo, supostamente, já existe há muitas semanas. Estamos todos com ele [Sergío Conceição], todos menos o Vítor, claro", frisou.

Sobre a reunião de 2ª feira, o treinador de guarda-redes afirmou: "Alguma coisa terá de acontecer. Eu não estou contra a decisão do Vítor, pode seguir o seu caminho, tudo bem. Agora, a maneira como foi feita… Para todos os efeitos ele sabia que o chefe dele tinha contrato. E vai fazer um acordo? E um dia antes de ir de férias, num jantar, comunica que quer seguir sozinho, que vai para o Catar e depois vem-se saber que já tinha feito um acordo. Que homem é ele? Era o braço direito, é uma grande traição. Agora, ele era homenzinho e dizia, 'olha, Sérgio, tu vais embora, há um enorme desgaste e eles querem que eu assuma, que dizes?' O Sérgio era capaz de ficar chateado, mas dizia-lhe para fazer o que entendia. Agora, a maneira como foi é feio mesmo. E agora vem uma bomba destas. Ninguém é obrigado a ficar eternamente, é como nos casamentos, mas saía com dignidade. Ele começou com o Sérgio como preparador físico, deu-lhe a mão. Independentemente do valor que tem, e tem valor em termos profissionais, mas como homem deixa muito a desejar pela atitude que tomou", concluiu.

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