QUANDO SE VIU APURADO, ROBERTO MARTíNEZ FOI DADO A REVOLUçõES. SE SEGUIR A TENDêNCIA, PORTUGAL TERá MUITAS MUDANçAS CONTRA A GEóRGIA

Quando era selecionador da Bélgica e chegou à última jornada da fase de grupos de Europeus ou Mundiais com o apuramento garantido, Roberto Martínez fez várias poupanças. Assim que Portugal entrar em campo contra a Geórgia (20h, TVI), o técnico espanhol vai ser forçado a substituir Rafael Leão, baixa por castigo, e tem as situações disciplinares de Francisco Conceição e João Palhinha para gerir. Diogo Costa e Cristiano Ronaldo vão manter a titularidade

Roberto Martínez é treinador, mas também podia dar uns toques na ciência. A quantidade de experiências que fez desde que chegou à seleção nacional demonstra um desejo incessante de não estagnar. Ao longo da preparação para o Euro 2024, foram testados sistemas táticos e opções diversas para ocuparem as posições dos mesmos. Com 26 jogadores disponíveis, Portugal chegou à Alemanha dotado de planos de A a Z.

A seleção nacional entra na última jornada do Grupo F com seis pontos, o primeiro lugar garantido e o apuramento para os ‘oitavos’ fechado. Portugal e Espanha foram as únicas equipas a chegarem aos derradeiros encontros da fase de grupos cumprindo simultaneamente estes três objetivos. A seleção nacional fê-lo após vitórias frente à Chéquia (2-1) e Turquia (3-0). Roberto Martínez realizou apenas uma mudança entre os duelos (João Palhinha entrou para a vaga de Diogo Dalot). Diante da Geórgia, podem-se esperar bem mais.

Não é a primeira vez que Roberto Martínez aterra no derradeiro jogo da fase de grupos de uma grande competição já apurado para a fase a eliminar. E, sendo os contextos, as equipas e os jogadores diferentes, ficam pistas na maneira como o treinador lidou com esse conforto quando ainda mandava na seleção belga.

No Mundial da Rússia, em 2018, mesmo não tendo ainda o primeiro lugar assegurado, o técnico fez uma revolução nas escolhas iniciais, defrontando a Inglaterra com nove mudanças no onze. Mesmo assim, a Bélgica derrotou a seleção dos ‘Três Leões’ e seguiu em frente como líder.

Mais tarde, no Euro 2020, Roberto Martínez acabaria por chegar de novo em situação privilegiada à última jornada. Nessa ocasião, até o primeiro lugar já era uma certeza. O cenário possibilitou um novo momento de gestão. Os ‘Diabos Vermelhos’ fizeram oito mudanças para triunfarem diante da Finlândia. As circunstâncias foram bastante diferentes no Mundial 2022, no qual a Bélgica foi eliminada na fase de grupos.

O padrão de Roberto Martínez demonstra que o treinador, mesmo quando promove alterações em catadupa, salvaguarda o guarda-redes. Foi assim com Courtois na Bélgica e vai ser assim com Diogo Costa. O selecionador já confirmou que não vai fazer mudanças na baliza, porque “os guarda-redes são uma equipa dentro da equipa” e precisam de “boas ligações e relações com os centrais, com as diferentes linhas defensivas que temos, com a bola parada”.

Certo é que Rafael Leão é ausência confirmada. O extremo vai cumprir castigo por ter visto dois cartões amarelos contra a Chéquia e contra a Turquia, ambos por simulação. Ao nível da disciplina, se forem a jogo, Francisco Conceição e João Palhinha terão que ser meticulosos na abordagem ao encontro. A dupla vai falhar os oitavos de final se vir amarelo perante a Geórgia.

A veterania de Cristiano Ronaldo e Pepe seria o maior desafio imposto à necessidade de gestão física do plantel. No entanto, o jogador do Al Nassr foi o outro nome confirmado por Martínez na antevisão. O capitão vai a jogo “para continuar com ritmo competitivo”.

Se Roberto Martínez seguir a tendência que vem apresentando, Portugal deve promover trocas em número elevado no onze inicial. Não será caso único no Euro 2024: a Espanha entrou em campo para defrontar a Albânia com apenas um jogador do onze inicial anterior (Aymeric Laporte). A verdade é que Martínez não se tem dado mal com os sismos que provoca nas escolhas iniciais. Talvez precise de uma nova hipótese para testar a teoria.

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