A ITáLIA CONTOU à ALBâNIA O PORQUê DO KARMA GOSTAR DE ESPARGUETE

Aos 23 segundos, a Albânia colocou-se a vencer ao marcar o golo mais rápido da história do Euro. Em cinco minutos, a Itália deu a volta (2-1). Foi tudo feito a correr no jogo que encerrou a primeira jornada do grupo B e onde os campeões europeus iniciaram a defesa do título. De 2021 para cá, a squadra azzurra mudou muito e não está melhor nem pior, apenas diferente

Pontapé de saída para a Albânia. Piparote na frente, bola largada por um paraquedas diretamente para fora. Dimarco executou o lançamento de linha lateral para a Itália, mas cometeu um erro básico. O jogador do Inter arremessou o esférico para o coração da própria grande área e confiou que não ia acontecer nada que o pudesse ferir. Bajrami intercetou o lance e marcou. Passaram 23 segundos desde o silvo do árbitro até ao remate festejado por 40.000 albaneses presentes em Dortmund. Foi assim o golo mais rápido da história do Euro.

Os 90 minutos são uma maratona, muitas vezes, mais emocional do que física. Os albaneses, num golpe explosivo, adiantaram-se, mas os italianos, campeões em título, são pessoas que vociferam apaixonadamente o hino e que estão preparadas para maratonas de turbulência sentimental.

Um bloco propositadamente baixo não inibiu a Itália de forçar jogo interior. Porém, o segredo esteve na variabilidade. Não havia como Dimarco não compensar com os pés o que fez de errado com as mãos. Calafiori, aproveitando os recuos de Jorginho e Barella na primeira fase de construção, deixava de ser central para manobrar como lateral. Dimarco seria sempre forçado a projetar-se nessa situação, o que não é nenhum castigo. Chiesa, por sua vez, fixava-se na direita. Do outro lado, praticamente não existia extremo, sendo que Pellegrini e Frattesi faziam uma dupla de números dez.

Num período de cinco minutos, a Itália colocou-se em vantagem. A bola parada desbloqueou a reviravolta. Um canto curto que acabou cruzado por Pellegrini e Bastoni, beneficiando do espaço vital que os adversários resolveram conceder às suas manifestações de poder imperial, marcou ao segundo poste, uma zona que a Albânia voltaria a ver exposta. Barella, menos elétrico a jogar na posição oito, apanhou a bola a saltar à frente da área e fez o 2-1.

Gabe-se à Albânia de Sylvinho, antigo jogador do Barcelona que orienta a seleção balcânica, a intenção de querer jogar. A equipa do brasileiro foi impedida pelo forte condicionamento dos italianos ao portador da bola. Ao mesmo tempo, os albaneses não conseguiam conter o jogo de costas para a baliza de Scamacca, avançado da Atalanta que serviu Frattesi para um remate ao poste.

A seca de oportunidades que Armando Broja, o jogador mais adiantado da Albânia, sentiu era sinal de que Donnarumma podia estar tranquilo. A margem mínima só foi angustiante para a squadra azzurra quando em cima do minuto 90, Manaj apareceu na cara do guarda-redes. A tentativa foi realizada demasiado em esforço para valer o empate. Os internacionais italianos nem no campo puderam respirar depois do selecionador Luciano Spalletti ter decretado que, durante o estágio, estão proibidos de jogar PlayStation, usar fones e levar telefones para as massagens.

Antes do encontro, vídeos nas redes sociais mostraram alguns adeptos albaneses a partirem fios de esparguete, como se sabe, crime punível pelo código de boas práticas da humanidade, em frente aos apoiantes italianos. A vingança foi servida num prato frio, o que é pena. A Albânia podia ter usufruído, na temperatura adequada, das iguarias de uma das melhores gastronomias do mundo. Enfim, vão seguir no Euro com um amargo de boca. Os jogos com Croácia e Espanha também não se espera que sejam pêra doce.

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